Onde investir seudinheiro em 2016 (2024)

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Onde investir seudinheiro em 2016 (1)

Em 2015, com a disparada da inflação, quem ficou com o dinheiro na poupança perdeu poder de compra. De janeiro a novembro, enquanto a caderneta rendeu 7,29%, a inflação acumulou alta de 9,62%. Ou seja, o custo de vida aumentou mais do que a rentabilidade da poupança. A diferença estimulou muita gente a pensar em migrar para outras alternativas de renda fixa, como títulos públicos. Em setembro, o programa Tesouro Direto, responsável pela venda dos títulos do governo a pessoas físicas, bateu seu recorde histórico de vendas.

Mas quais serão as melhores alternativas para investir seu dinheiro em 2016? Especialistas concordam que continuará sendo um bom ano para investir em renda fixa. “O cenário ainda é conturbado. Não está claro como a economia irá se comportar no próximo ano. Para proteger a capacidade financeira, o ideal é apostar em títulos públicos ou privados com taxas atraentes e nível de risco relativamente baixo”, afirma Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest.

Sandra Blanco, da Órama Investimentos, aposta que 2016 será mais um ano difícil, mas no qual a taxa de juros se manterá alta e será possível aproveitá-la para diversificar os investimentos na renda fixa.Segundo o estrategista-chefe do Itaú BBA, Carlos Constantini, o retorno que as ações têm trazido não está compensando o risco.

Abaixo, reunimos o que os especialistas dizem a respeito das diferentes aplicações financeiras. Antes de planejar novos investimentos, no entanto, defina o valor que você tem para investir e lembre-se de separar um montante para pagar as despesas de janeiro, que são sempre mais altas em relação ao resto do ano.

Renda Fixa

Para escolher o melhor tipo de aplicação na renda fixa, você precisa responder a duas perguntas importantes: quanto dinheiro tem e por quanto tempo pode deixar cada valor rendendo. Por exemplo, se uma parte do dinheiro será usada para pagar sua lua de mel, daqui a um ano, o investimento que você fará deve ser diferente do investimento onde você colocará o dinheiro para sua aposentadoria ou para um apartamento que quer comprar daqui a cinco anos.

Para aquela reserva financeira de emergência ou o dinheiro que você sabe que precisará usar no curto prazo, além da poupança, as alternativas são títulos privados de curto prazo, como CDBs, LCIs (letra de crédito imobiliário) e LCAs (letra de crédito agrícola) com vencimento menor que 360 dias ou o Tesouro Selic (antiga LFT), que acompanha o rendimento da taxa Selic. O rendimento pode não ser tão alto quanto de produtos que visam o médio ou longo prazo, mas garantem uma rentabilidade melhor que a da poupança.

No caso de CDBs, LCIs e LCAs, se seu horizonte de investimento for maior, os títulos com vencimento de 720 dias ou mais pagam taxas melhores. Os títulos privados pagam, na maioria dos casos, um percentual do CDI, a taxa de juros média de empréstimo entre os bancos.

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As LCIs e LCAs costumam atrair os investidores por serem livres de Imposto de Renda, ao contrário dos títulos do governo. O ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy, chegou a dizer publicamente que o governo pensava em retirar a isenção fiscal das letras de crédito, mas até agora nenhuma providência foi tomada nesse sentido. Outra preocupação que costuma aparecer entre os interessados nesse tipo de investimento é o temor de que o dinheiro investido se perca, caso o banco que oferece o título privado tenha problemas financeiros ou vá à falência. Em ambos os casos, os investimentos estão cobertos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). O fundo garante o reembolso de até R$ 250 mil por pessoa por instituição financeira em determinadas aplicações.

Segundo William Eid, professor de finanças da FGV, um dos objetivos que o investidor deve ter nesse momento é se proteger contra a inflação. O IPCA, índice oficial da inflação, deve encerrar 2015 em dois dígitos. A expectativa é que esse número diminua para cerca de 7% no próximo ano, mas continue acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central, de 6,5%.

Uma das aplicações que garante que seu dinheiro vai render mais que a inflação é o título público Tesouro IPCA+ (antigo NTN-B). Atualmente, essa é uma das apostas de Luis Stuhlberger, sócio da Verde Asset Management e um dos principais gestores de patrimônio do país. Em dezembro, um título deste tipo com vencimento em 2019 prometia pagar 7,5% ao ano mais a inflação do período. É uma rentabilidade difícil de bater, mesmo considerando o desconto do Imposto de Renda sobre os rendimentos.

Independentemente do produto que você escolher, vale lembrar que são várias instituições financeiras que oferecem aplicações em renda fixa. A recomendação dos especialistas é pesquisar as taxas de retorno oferecidas por cada título no mercado e quais são as taxas de administração cobradas pelas instituições financeiras. No caso dos títulos públicos, por exemplo, algumas corretoras não cobram nada para intermediar a compra no Tesouro Direto.

Fundos

Ainda que seja uma opção, Cardoso, da Easynvest, não recomenda fundos de renda fixa. Isso porque, segundo ele, é mais eficiente investir o dinheiro de maneira independente em títulos públicos ou privados ao invés de terceirizar esse trabalho e perder parte do rendimento.

Caso a ideia seja investir em fundos multimercado (onde os gestores podem investir com maior liberdade tanto em moedas como em renda fixa e variável ) ou de ações, o ideal, segundo Eid, é pesquisar o histórico de rendimentos e selecionar aqueles com retorno mais consistente ao longo dos anos. A máxima de sempre continua valendo: rendimento passado não garante rendimento futuro. No entanto, fundos com boa gestão geralmente possuem um desempenho com menos altos e baixos.

Dólar


É muito difícil prever a taxa de câmbio no horizonte de um ano. No boletim Focus do dia 14 de dezembro, analistas consultados pelo Banco Central esperavam uma taxa de câmbio de R$ 4,20 para o final de 2016. A percepção no mercado é que a moeda dificilmente terá uma alta como a ocorrida este ano, o que torna a moeda americana e fundos cambiais menos atraentes. “O dólar até pode passar de R$ 4 novamente em um momento de estresse, mas a expectativa não é de uma alta forte. O risco de não ganhar nada ou perder é alto”, diz Sandra, da Órama Investimentos.

Imóveis

Segundo Eid, da FGV, encarar imóveis como investimento não é uma boa alternativa. “Para ter um bom rendimento, a pessoa tem que ter uma boa carteira de imóveis comerciais”, afirma. Mas para quem está pensando em comprar uma casa ou apartamento para chamar de seu, 2016 pode ser um momento favorável, especialmente para quem já guardou a maior parte do dinheiro e vai depender menos do financiamento.

Nicolas de Paula, da Socopa, fala em queda de até 10% no preço dos imóveis no próximo ano. É uma boa hora para negociar preços. Felipe Silveira, da Coinvalores, explica que empresas que construíram prédios recentemente e estão com um estoque alto de apartamentos fazem uma política mais agressiva de descontos para evitar os custos de um imóvel vazio. Silveira, no entanto, afirma que a queda é maior entre os apartamentos novos do que usados.

Bolsa

Para quem está disposto a assumir o risco e amargar, eventualmente, perdas financeiras, investir em ações sempre é uma opção. De janeiro a novembro, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, caiu 9,77%. Mas há sempre alguém ganhando. Cinco empresas tiveram, até o dia 10 de dezembro, uma valorização superior a 50% em 2015. Entre elas estão: Klabin, Fibria, Suzano, Raia Drogasil e Braskem. Boa parte delas se beneficiou com a desvalorização do real.

Apesar de afirmar que a bolsa brasileira ainda não está compensando o risco, Constantini, do Itaú, diz acreditar que um bom momento de compra no Brasil pode surgir nos primeiros trimestres do próximo ano. Entre os fatores necessários para que isso aconteça estão a estabilização da economia, a retomada da governabilidade e um freio na baixa dos preços das commodities, que já tiveram desvalorização expressiva em 2015.

Raphael Figueiredo, analista da corretora de valores Clear, afirma que é difícil prever como será o próximo ano. Há muitos fatores que podem influenciar o preço das ações e que não podem ser medidos em modelos econômicos, como novos desdobramentos da Operação Lava Jato, a conclusão do ajuste fiscal e o possível impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Apesar de 2016 ainda prometer volatilidade, Época NEGÓCIOS consultou 14 instituições financeiras sobre sugestões de ações para o próximo ano. Montamos uma carteira com os papéis mais recomendados. Confira:

Itaú
Risco baixo
O Itaú é uma das ações favoritas dos analistas para 2016. O banco tem apresentado um desempenho consistente e crescimento do lucro, além de ter diferentes fontes para geração de caixa e presença fora do Brasil. Alguns consideram que o preço do papel está barato e que pode ter uma recuperação com sinais de recuperação da economia brasileira. Entre os principais riscos para o Itaú estão aumento da inadimplência e do desemprego.

Suzano
Risco médio
A Suzano se beneficiou em 2015 da desvalorização do real e do preço favorável da celulose. Os analistas acreditam que esses dois fatores se manterão no próximo ano. O risco para o papel é que esse cenário não se concretize. Além disso, a empresa está diminuindo seu nível de endividamento e apresentou um plano ambicioso de investimento e crescimento.

Ambev
Risco baixo
O grande trunfo dos papéis da Ambev é pagar dividendos e ter menor oscilação, o que os torna mais atrativos em um momento de volatilidade. Por outro lado, os analistas não acreditam em potencial de valorização muito alto e a empresa sofre com o risco de novas tributações.

Kroton
Risco médio
O setor educacional ainda tem um bom potencial de crescimento no país. Parte dos analistas acredita que o mercado já precificou a nova realidade do Fies e que a queda no preço da ação só será maior se o governo fizer novas mudanças de regras. A favor da Kroton estão também sua sólida estrutura financeira e a atuação em diferentes áreas da educação.

BRF
Risco baixo
No longo prazo, a multinacional tem a seu favor a baixa alavancagem, resultados consistentes de crescimento e aumento da presença no exterior. Ainda assim, fatores da economia brasileira, como alta de desemprego e inadimplência, tem forte impacto na BRF.

Cielo
Risco baixo
Apesar da redução do volume de operações com cartões por conta do cenário macroeconômico, a automatização dos meios de pagamento continua crescendo nos estabelecimentos comerciais. A favor da empresa estão também o acordo com o Banco do Brasil e um bom controle de custos.

Hypermarcas
Risco médio
O mercado aprovou a venda da linha de cosméticos da empresa para a Coty. O fato de a Hypermarcas conseguir se concentrar em produtos farmacêuticos deve levar a um bom desempenho em 2016. O papel da empresa se valorizou em 2015, mas analistas acreditam que ainda há espaço para crescer.

Grupo Pão de Açúcar
Risco médio
As ações do Pão de Açúcar sofreram recentemente com a retração do varejo e a concorrência com o Carrefour. Os analistas afirmam que o preço do papel não deve subir no curto prazo, mas há potencial de valorização ao longo do ano, se houver notícias mais positivas em relação ao cenário macroeconômico.

BB Seguridade
Risco médio
Apesar da recessão, a empresa se beneficia do potencial de crescimento dos seguros entre os brasileiros, da ampla rede de distribuição - composta por agências do Banco do Brasil - e dos juros altos.

Raia Drograsil
Risco médio
O setor farmacêutico foi um dos mais resilientes do varejo em 2015 e a expectativa é que ele continue com bom desempenho no próximo ano. A Raia Drogasil surpreendeu positivamente os analistas ao rever para cima seu plano de expansão de lojas e tem apresentado um crescimento consistente. Mas, como todo o varejo, está exposta ao risco de desaceleração da economia.

Valid
Risco baixo
A recomendação da Valid é justificada pela sua baixa exposição à atividade econômica brasileira e boa presença nos Estados Unidos, uma economia que tem apresentado recuperação e expansão do mercado de cartões com chip. A empresa também está entrando no mercado de emissão de carteira de motorista.

Instituições consultadas: Itaú BBA, Santander, Bradesco, Win Trade, Planner, Rico, Geral Investimentos, Gradual Investimentos, Ativa Investimentos, Socopa, Guide Investimentos, Lerosa, Geração Futuro, Clear

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Author: Delena Feil

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